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sexta-feira, 10 de março de 2017

Kalimba

Kalimba

A Kalimba ou Kisanji ou Tyitanzi, é um antigo instrumento musical africano feito com uma tábua de madeira e teclas planas de metal, que criam uma sonoridade complexa e bonita.







A Kalimba é um instrumento musical pertencente à família dos lamelofones, sendo da categoria dos idiofones dedilhados. Os primeiros lamelofones surgiram no Vale de Zambeze, próximo ao atual Zimbábue, na África Subsaariana. Eram feitos de materiais como madeira da palmeira de ráfia, bambu e outras matérias vegetais; datam de cerca de 1000 a.C. Posteriormente, esse instrumento se espalhou pela África, desenvolvendo-se em cada etnia de forma diferente, isso quer dizer que cada grupo social atribuiu ao instrumento alterações ao projeto original dando-lhe um nome próprio. Temos, a seguir, aspectos de diferenciação do instrumento: características como quantas teclas ele possui; se é construído dentro ou sobre um corpo e qual o material deste (cabaça, madeira de ráfia, bambu, coco, ou outros tipos de madeiras); se possui furos e a localização deles; ou ainda se são utilizados materiais acoplados às teclas para alterar o som.





Na Congo, e região da África Central, a Kalimba recebe o nome de Sansa, e tem a particularidade de ter apenas sete lamelas. No Zimbábue, recebeu nomes como Likembe, Budongo, Mbila.




Fazendo uma Kalimba






Por existirem várias designações africanas para os lamelofones, que variam conforme a língua e sua fonética, área geográfica, tipo de instrumento, sistema de classificação local e também, o contexto social, o mais adequado é usar a palavra lamelofone quando se trata de designar um instrumento genérico pertencente a esta família. Uma vez que o relato deste trabalho se refere à minha experiência pessoal, com um instrumento específico, utilizarei o termo Kalimba quando estiver me referindo ao lamelofone moderno, descendente da antiga Mbira. Alguns mitos da criação no vale do Zambeze contam como O Criador deu o metal para a raça humana com a função específica de fazer Mbiras, de fato, podemos dizer que a mbira remonta ao primeiro uso de metal na África Subsaariana, entre 700 e 1000 d.C.. Entretanto, muitos estudiosos presumem que as Mbiras com teclas de metal tiveram sua origem na Europa. A difusão da tecnologia de lamelofones do Zimbabue / Zambeze na África Central através do aumento dos contatos comerciais ocorreu com a chegada dos exploradores portugueses à África, por volta do ano 1400. Há registros do aparecimento de lamelofones no Brasil a partir do início do século XIX. A afinação encontrada foi na totalidade não-ocidental; havia quintas perfeitas nas afinações, porém os outros intervalos não se encaixavam no paradigma ainda em evolução da música ocidental. Mais tarde, certamente no ocidente, os lamelofones ganharam a escala ocidental de notas, escalas pentatônicas foram largamente utilizadas, escalas diatônicas e modos gregos foram difundidos no final do século XX. Os lamelofones com escalas cromáticas são recentes e ainda muito pouco difundidos.




Em outras localidades, o instrumento é conhecido como Karimba (em Uganda), Mangambeu (nos Camarões), Kondi (na Serra Leoa), Marímbula (no Caribe), ou outros termos, tais como: Likembe, Budongo, Ikembe, Huru, Mbira Njari, Mbira Nyunga Nyunga, Sansu, Zanzu, Karimbao, Marimba, Okeme, Ubo.


O som produzido pela Kalimba, muito suave e agradável, é frequentemente utilizado em cerimônias religiosas, casamentos, como fundo musical onde os mais velhos da tribo contam histórias, bem como em outros encontros sociais, típicos das sociedades africanas.

A Kalimba, em seus primórdios, era feita de bambú, depois foi acrescida de metal, nas lamelas; e conforme foi sendo disseminada, pelos diversos povos da África, foram aparecendo variadas formas e tamanhos, de acordo com cada região.

A versão moderna da Kalimba, pós-colonização europeia, é um instrumento que adaptou os formatos orgânicos de cabaças e madeiras originais, para uma caixa retangular, com uma ou mais bocas, e teclas de metal afinadas em uma escala ocidental, bem distante das escalas originais, pouco familiares aos ouvidos europeus.



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